sábado, 30 de maio de 2009

010 / 98 - Nitrominds

Texto Original:

Em março de 1994 surgia em Santo André a banda de hardcore “Positive Mind”, depois de algumas mudanças na sua formação se estabelece como “Nitrominds”, uma mistura de Nitro com o antigo nome.
Formado pôr: Ricardo (vocal), André (guitarra/voz), Lalo (baixo/voz) e Edu (bateria/voz) o “Nitrominds” assumiu uma postura mais agressiva que a banda de origem.
Gravaram uma Demo-tape em 1995 com seis musicas e conseguiram boa divulgação por meios alternativos, em virtude desta demo conseguem fazer vários shows pelo estado de São Paulo.
Em 96 “Keep peace of mind” entra na trilha da fita de vídeo “Silly Society No 7”, que contem cenas de Skaters brasileiros e estrangeiros fazendo o que melhor sabem fazer.
Com tudo isso eles não podiam deixar de apresentar seu primeiro CD solo, o que aconteceu no ano de 97.
Assinaram com a “Pecúlio Discos” que pertence ao baterista Boka do Ratos de Porão, e o CD homônimo vem com 15 das melhores musicas da banda, com produção do próprio Boka.
Foi um tiro certeiro inaugurar o selo com os rapazes de Santo André, o disco esta repercutindo até no exterior.
Produziram também o vídeo da musica “Keep peace of mind” que estreou no programa Fúria na MTV e já esta sendo divulgado por outros meios.
Estão preparando novo material para lançarem mais um CD, mas enquanto ele não chega vale a pena se divertir com muita adrenalina, seja em cima do carrinho, batendo cabeça ou o que você imaginar, pois o CD não deixa ninguém parado.
Eu, particularmente dou destaque para a faixa “Best for me” onde introduziram um sax nervoso no meio das guitarras, fato que inovou no meio do hardcore sem desfigurar. Contatos com “Nitrominds” : Rua Américo Guazelli, 132. Santo André SP. CEP. 09195-400 - Fone: (011)4972-1015. Com a Pecúlio Discos: Caixa postal 993 - Santos SP. - CEP. 11001-970 - Fone/Fax: (013) 233-7286.


11 anos depois...:


Exemplo de crescimento, o Nitrominds hoje em dia faz turnês pela Europa quase que anualmente.
O vocalista André fundou a Nitroala, que lançou vários CDs no mercado nacional, inclusive todos os sucessores deste trabalho deles.
Intercambio com bandas estrangeiras foi a forma que acharam para contornar os problemas de divulgação e distribuição, todo ano fazem nova turnê pela Europa com alguma banda de lá e os trazem para fazer a turnê pelo Brasil.
Hardcore de primeira, e que foi melhorando no decorrer dos anos.
Link para baixar o disco abaixo:


009 / 98 - Dusk Till Dawn

Texto Original:

Mais um conjunto com trabalho próprio aqui pela região: “Dusk Till Dawn” de Jacareí, formado pôr: Rodrigo (Guitarra), Walker (Guitarra/vocais), Érico (Baixo) e Marcelo (Bateria), estão na batalha há três anos e meio e a formação original contava com Juan no lugar do Marcelo e Leandro no lugar do Érico.
Influenciados principalmente pelo rock americano, durante as gravações da “Demo” eles ouviram muito Nirvana, Dinosaur Jr., Weezer, Pond entre outros, mas nada que tenha interferido visivelmente nas gravações.
O “coquetel” sonoro vem das várias tendências envolvidas na banda: Rodrigo curte “Indie e Guitar Bands”; Walker de “Grunge Rock”; Marcelo de “Brit Pop” e muito “Rage Against the Machine” e por último tem o Érico que adora Punk Rock e Hardcore.
A banda possui apenas uma “Demo”, gravada no período de dezembro de 97 a março de 98, e que leva o nome da banda; foi gravada no estúdio XRBM em São Paulo e conta com a produção de André Dragon (um amigo do pessoal) e a capa foi feita pelo próprio Rodrigo.
São seis músicas (aprox. 23 min.) de autoria dos próprios e com letras em inglês, vale a pena conferir, eu daria até um destaque para a faixa “My problems” que começa com a gravação de uma procura doida pelas ondas do AM até que entra a banda atropelando tudo, a distribuição esta sendo feita na raça e vocês poderão comprar pelo telefone 351-0042, diretamente com o Rodrigo pela bagatela de 3 reais o K7 ou 10 reais o CD (praticamente não cobre nem os gastos).
Já estão com intenção de gravar outra demo até o fim do ano, para isso já contam com cinco musicas novas prontas para a gravação.
De estrada eles levam no “curriculun” alguns festivais pequenos pela região, alguns campeonatos de Skate em São José dos Campos e todo tipo de festas e bares que os convidem para tocar, em suas apresentações tocam além das seis musicas da demo algumas composições antigas e novas que ainda não foram gravadas e covers do Weezer, Pond, Pixies, Nirvana e outros.
Segundo me disse o Rodrigo, o lugar em que eles mais curtiram tocar dentre os que eles já tocaram é a Posso! Daqui de Caçapava (eles estiveram tocando por aqui em março deste ano).

11 anos depois...:


Confesso não lembrar como é o som da banda, meu deck esta quebrado a um bom tempo e não deu nem para dar uma revitalizada na memória.
A banda acabou pouco tempo depois, não sei o paradeiro do pessoal... Se alguém puder ajudar deixa ai nos recados!
Infelizmente não tenho como colocar o som para baixarem, pois está em K7 e não tenho equipamento para rippar o material!

008 / 98 - Nativus


Texto Original:

Voltando à capital esta semana vamos falar da banda “Nativus”, os filhos do cerrado e descendentes direto da “Marley’s life”, pelo menos no que diz respeito à sonoridade da banda.

Eles começaram em 1994 despretensiosamente, quase na brincadeira entre os amigos Alexandre e Juninho que gostavam de animar as reuniões da galera na base do violão e bongô.
Com o aparecimento de Luís e Bruno nascia a primeira formação do Nativus, em 1995 quase acabou a banda, pois Juninho mudou-se para Icaraí - CE e o contato entre os componentes ficou difícil, mas no verão de 96 já procurando outro batera recebeu a noticia que Juninho estava retornando à Brasília.
Numa noite de março de 96, a banda se apresenta oficialmente pela primeira vez numa festa de um amigo, neste mesmo dia são convidados André e Izabella que completam a banda, que durou poucas apresentações até que sai André e entra Kiko no seu lugar chegando a banda na sua formação atual.
Lançaram um CD independente no meio de 97 e foram simplesmente surpreendentes ao conseguirem a marca de 2000 cópias vendidas em uma semana, quem já ouviu sabe o porquê deste estouro, eles partiram pela contra mão da cena musical de Brasília, enquanto a grande maioria das bandas brasilienses cantam as mazelas da capital o som do Nativus e total paz e alto astral, confiram nas músicas “Presente de um beija-flor”, “Surfista do lago Paranoá” entre outra em que eles cantam as belezas naturais do cerrado, com uma melodia Reggae de fazer Bob Marley dançar na tumba.
Confiram a home-page do pessoal: http://brasilia.com.br/nativus vale a pena se divertir sem nenhum preconceito ao som desta galera que promete estourar nacionalmente logo-logo.

11 anos depois...:

Pouco depois dessa matéria a banda entrou para uma grande gravadora e foi revelação nacional.
Tiveram problemas com o nome tendo mudado para Natiruts logo na seqüência.
Em termos de reggae esse primeiro CD é bom e provavelmente o melhor deles, o link abaixo ainda é da versão independente do CD.
Link para baixar o disco abaixo:


007 / 98 - Maskavo Roots

Texto Original:

A dica desta semana vai para Brasília novamente, desta vez para uma banda não tão desconhecida como as anteriores, estou falando do “Maskavo Roots” que já teve até uma música incluída na trilha sonora da novela Malhação (“Escotilha”).
Em 1993 a banda cover “Cravo Rastafari” resolveu mudar de nome e tentar um repertório próprio, a partir daí surgiu oficialmente o Maskavo Roots, formado pôr: Marcelo Vourakis (Voz), Carlos Pinduca (Guitarra), Joana Lewis (Voz e percussão), Quim (Teclado e voz), Marrara (Baixo), Prata (Guitarra) e Txotxa (Bateria).
Eles gravaram 2 demos e saíram a campo, deu resultado e em 1995 era lançado o primeiro CD da banda pelo selo Banguela (WEA) que também revelou os Raimundos e o Mundo Livre S.A. entre outros, mas o Banguela acabou e tiveram que dar uma repensada, Três dos sete integrantes originais saíram (Carlos Pinduca, Joana Lewis e Txotxa) e os que sobraram resolveram batalhar novamente, gravaram um CD com 12 músicas inéditas, “Melodia que eu conheço” para concorrer ao Prêmio Renato Russo, promovido pela Fundação Cultural do DF.
No final do ano passado, ficaram entre os nove vencedores, e foram premiados com a prensagem de 1.500 CD’s (Estas cópias estão sendo vendidas pela internet, através do site da banda: www.maskavo.com.br).
Este prêmio era o que faltava, e aqui esta o Maskavo Roots de cara nova e nova gravadora, agora pela Sony estão lançando o “segundo” disco da banda “Se não guenta porque veio ?”, produzido pelo galês Paul Ralphes, ex-baixista e produtor da banda Bliss (aquela que nos anos 80 fez sucesso com a balada “I hear you call”), o trabalho ficou muito bom e vale a pena conferir são 12 faixas inéditas, uma nova versão para o hit “Tempestade” (com co-produção de Samuel Rosa e participação dos músicos do Skank) e uma versão para “Qui nem jiló” de Luiz Gonzaga em ritmo forrok, feita para um especial do dia dos namorados de 1995 para a MTV.
Brasília é uma grande panela de pressão musical prestes a explodir, quando acontecer realmente este “Big Bang” não vai sobrar ouvido sem boa musica em nenhum lugar deste país.

11 anos depois...:

Maskavo era uma banda muito legal no começo, o primeiro disco é ótimo; o intermediário (premio do festival) é mediano e o "Se não aguenta por que veio" é ruim!
Depois deste não arrisquei mais ouvir a banda. Apesar de o primeiro ser melhor colocarei o link do que foi lançado apenas 1500 cópias pela raridade do CD.
Link para baixar o disco abaixo:

terça-feira, 26 de maio de 2009

006 / 98 - Saci Lambão


Texto Original:

Há alguns meses atrás chegou as minhas mãos e ouvidos o CD “Quando não acreditava em mais nada...” da banda “Saci Lambão”. Formado pôr: Boi (Baixo e Voz), João (Bateria) e Sandro (Guitarra e Violão), o trio é de Três Corações (aqui pertinho) sul de Minas Gerais e neste CD, por sinal muito bem produzido (das gravações ao encarte), enfileiram treze músicas de autoria própria e estilos variados que vão do Pop ao Blues.

Com uma boa pitada de bom humor, mas não “engraçadinho”, a maioria de suas letras parte para a ironia do banal (não entendam como pura banalidade) com fundo (às vezes) social; como em “O Tatu” em que um tal de “Só Tião” após batalhar para pegar um tatu para o jantar com a família acaba na prisão: “......O Só Tião fez o que achou certo / Jantar alegre para um triste final / Ninguém lhe disse que havia um crime / Família sem pai, tatu sem vida / Cadeia cheia, mundo cruel......”.

Vale citar que dentre as treze músicas não tem uma “conversinha” daquelas que entram para simplesmente chamar atenção dos que não abrem seus ouvidos para o que é novo, tem até uma citação de Carlos Drummond (!!!) em “Odem”, tudo isto já é merecedor de elogios. E para vocês músicos de Caçapava e região, vale o exemplo de um CD bem produzido, com músicas próprias e contando com apoio cultural do CCAA, Nestlé, Factoria “Skate Shop” e da Incor,..., quem procura acha, não adianta sentar e esperar que caia algo do céu, o negócio é bater de porta em porta a procura de patrocínio para se conseguir uma boa gravação.

Parabéns ao trio mineiro ! Contatos “Saci Lambão”: Rua Caxambu, 72 - Centro. Três Corações - MG. CEP. 37410-000 / Fone: (035) 235-1561.

11 anos depois...:

Procurei informações atualizadas do “Saci Lambão” e nada encontrei na Net além dessa matéria do Gramophone, escutando o disco hoje continuo afirmando a qualidade musical, mas tenho que ressaltar: não acrescenta nada no meio. A impressão que ficou é que é (era) mais uma banda de bar se enveredando em composições próprias dificilmente executadas, pois os pedidos para esse tipo de banda não fogem do modismo momentâneo. Afirmo isso devido a falta de personalidade sonora da banda, as 13 músicas que compõem o Cd variam entre muitos estilos indo do punk ao pop, do rock ao reggae, coisa comum em quem esta no ramo para tocar músicas dos outros, não desmerecendo as suas próprias, mas apenas afirmando que falta(va) um “algo mais”, alem de um caminho a seguir ou ser seguido, se alguém souber algo atual da banda manda ver ai nos comentários que será bem vindo.

Link para baixar o disco abaixo:

domingo, 24 de maio de 2009

005 / 98 - IV Festal

IV Festal

Texto Original:

Não sou crítico, muito menos músico, mas o Quarto FESTAL mostrou alguns pontos incoerentes a meu ver.
Antes de qualquer coisa queria parabenizar a todos que participaram, entre os classificados ou não, pois o simples fato de se fazer música de autoria própria em Caçapava já lhes proporciona mérito; mal há espaço para as bandas “cover” na cidade, quem dera para alguém que queira fazer um trabalho independente.
Quanto ao que chamo de incoerência, fica difícil colocar em nível de competição estilos tão variados como as bandas: Reação em Cadeia e The Family ghost, disputando premiação com Simone Sibille e Silvana e a Voz do Pagode, só para exemplificar.
Sem falar no corpo de jurados, que, pela grande variação de estilos, não teria como fazer uma votação imparcial; (que maestro, na década de 60, bateria palmas para os Beatles ou Rolling Stones ou mesmo para a desafinação de João Gilberto?).
Como afirmação ao que estou citando, basta ver que entre as três premiadas não houve nenhuma que optasse por um som mais alternativo.
Mas deixando estes fatos como secundários, para quem tem na música um ponto de prazer, já foi um grande prêmio tocar num palco com infra-estrutura de grandes shows como é o da FEJUB.
Parabéns a todos os participantes: do pagode ao pop, do hip hop fusion ao rock tradicional, não importa, o que vale é que vocês estão colocando um pouco de cada um no subconsciente da população ao escreverem suas próprias músicas, sejam elas totalmente originais ou (sem citar nomes) visivelmente plagiadas, parabéns a todos, sem distinção:
(listagem aleatória) Reação em Cadeia, Silvana e a Voz do Pagode, The Family Ghost, Dominguinhos, Mister Du, Cadeia Nacional, Simone Sibille, Cristal Líquido, Aline, Índigo Blue e Fowler.
Força sempre e que nos próximos anos o FESTAL deixe de ser uma disputa premiativa, e passe a ser um mostruário da garra dos músicos desta cidade, como eram os saudosos “Abril Musicais”, onde ninguém era julgado nem premiado, mas principalmente ninguém era injustiçado.

11 anos depois...:

Para ser sincero, hoje em dia nem perderia meu tempo indo a este evento, na época fui, pois, além do site o Gramophone era publicado semanalmente em um jornal local.
Não poderia deixar de verificar o evento para colocar no jornal... Hoje em dia, mesmo se estivesse na mesma situação eu não iria, as bandas "melhorzinhas" que tocaram se podia ver com mais comodidade pelos bares da cidade.
Caçapava mudou bastante e para pior! Nem eventos fracos como este ocorrem mais, no máximo um rodeio e olhe lá... Bares? Não se tem mais onde freqüentar... Muito menos ouvir boa música!
Apesar de 11 anos terem se passado à saudade dos "Abril Musicais" ainda parece como um pirula de salvamento para a estagnação caçapavense!

004 / 98 - Máquina P.E.L.U.D.A.

Texto Original:

O Máquina P.E.L.U.D.A. existe desde novembro de 94, é formado por Glauber (baixo), Josemar (guitarra e voz) e André (bateria).
Os dois primeiros, amigos desde 92, ficavam jogando conversa fiada regada a muita cerveja e imaginando como seria o som se eles tivessem uma banda, André, assim como Glauber, era roadie da banda Daisy Down entrou para o time e assim se formou a banda Joseense.
Os temas das músicas misturam a tradição punk de criticar a sociedade e seus valores à cultura pop e trash, como quadrinhos e filmes “B”.
As letras buscam uma maneira mais sarcástica de criticar, numa linha irônica mas sem esbarrar no : “engraçadinho”.
Após um mês de ensaio já gravaram a primeira Demo-tape, contendo quatro músicas.
Devido a boa aceitação da fita (foram vendidas aproximadamente 400 cópias) o pessoal se entusiasmou e resolveu bancar a gravação do CD, Foram feitas 1.000 cópias e como todo trabalho independente esta sendo divulgado e distribuído pelos próprios integrantes da banda.
Não se deixe enganar pelo nome da banda ou de músicas como: “A aranha violenta de marte”, “Ki-suco de cereja radioativa” entre outras tantas que apesar dos nomes escondem criticas fortes com alvos que vão da cultura pop até a própria cidade de São José como a música “São José dos Campos de Concentração” demonstra.
Segundo Josemar (que já foi funcionário da Embraer): “Esta musica é um protesto contra a cultura Joseense de trabalhar em fábrica. As pessoas são empurradas para este tipo de trabalho e às vezes passam vinte ou trinta anos fazendo o que não querem e deixam a vida passar assim.”
Quem se interessar em comprar o CD, ele pode ser encontrado na Posso!, em algumas lojas de São José, como a Taturanas, e de Taubaté na Imagisom, ou mesmo pelo telefone 323-3905 (diretamente com Josemar).
Visite o site do Máquina Peluda: www.rockdemo.com/maquina (Desativado)

11 anos depois...:

Bom, o Máquina P.E.L.U.D.A., existiu somente neste disco tendo virado apenas M.A.Q.U.I.N.A. posteriormente e Reatores mais um tempo à frente.
O som apesar de ingênuo é pesado, na melhor fase Punk/Hardcore, os nomes longos e esdrúxulos das músicas e mesmo da banda realmente afasta alguém que esteja procurando algo sério pra ouvir.
Mas quem se "arriscava" a prestar atenção conseguia ver seriedade nas letras.
Dá saudade de ver a molecada batendo cabeça nas domingueiras da Posso! logo na introdução do "Sádico do Gás", sempre era uma festa nos shows deles.

Link para baixar o disco abaixo:



sábado, 23 de maio de 2009

003 / 98 - Sem Destino

Texto Original:

Em 1985 eu conheci o movimento punk, no Brasil e no mundo, bandas como Sex Pistols, Sham 69, The Jam entre outras; sem falar do movimento nacional com o disco do festival: “O começo do fim do mundo” com várias bandas que acabaram por se perder na memória da grande maioria e das banda que se consagraram como Inocentes, Cólera, Garotos Podres e outras.
Pena que essa efervescência tenha tido pouco tempo de vida, as bandas se desfizeram ou partiram para outra tendência não tão contestadora .
Mas me surpreendi no dia 14 de março deste ano (1998) quando presenciei aqui em Caçapava, mais especificamente na Posso!, a apresentação da banda “Sem Destino” que esteve por aqui na caravana “É de Brasília véio 2”, com outras cinco bandas que fizeram a festa neste dia.
A frase “Punk’s not dead” passou a ter sentido quando conversei com o pessoal da banda e mais tarde pude conferir no show.
O “Sem destino” é uma banda punk no sentido total da palavra, para conferir ouçam a demo deles que tem cinco faixas, com destaque para “Ódio aparente” que fala do racismo na TV brasileira.
Algumas declarações do vocalista no bate-papo que tivemos ou mesmo declarações dadas ao público durante a apresentação:
“Nós somos o anti-rock dentro do rock, porque a gente não toca p... nenhuma mas também não tá nem aí !”;
“Nosso som é baseado nas atitudes, nas letras e nossa idéia principal é contestar,..., tentamos traçar um caminho para nós e qualquer pessoa que não esteja interessada em excesso de drogas, racismo, violência ou qualquer tipo de alienação; qualquer um que esteja interessado em fazer da sua juventude ou de seu dia-a-dia algo diferente para si ou para os outros, de uma forma ou de outra, já esta no mesmo caminho que nós !”;
“...é pratico você tocar três acordes, botar seu coração nisso e dizer o que pensa, se escrevesse um livro ninguém ia ler, mas a musica torna um pouco mais acessível...”;
“Somos descendentes dos punks da década de 80, só que a gente não tem nem condições de ser punk , por que a gente não tem nem coerência pra isso ... mas a gente tenta!”.
Por essas e outras é que reconheci que apesar de tudo, realmente o Punk não morreu! O endereço para contato com a banda é: Quadra 01 - Casa 21 - Bairro Ipê, CEP: 72.800-000 - Luziânia - GO. (a/c Marcelo).

11 anos depois...:

Esta era a primeira fita demo da banda, posteriormente foram publicadas outras resenhas do Sem Destino.
Neste texto não há o que tirar ou acrescentar, realmente fui bastante fiel ao sentimento sobre a banda!
Infelizmente não tenho como colocar o som para baixarem, pois está em K7 e não tenho equipamento para rippar o material!




002 / 98 - Índigo Blue



Texto Original:

A dica desta semana vai para uma banda daqui de Caçapava, que muitos conhecem do trabalho “cover” apresentado pôr eles desde 1993 pelos bares da cidade, sem contar com as aparições em casas de maior renome pela região. Estou falando do Índigo Blue, que está lançando sua primeira “Demo” com canções próprias no melhor estilo “faça você mesmo”, sem contar com nenhum apoio monetário a não ser o próprio bolso.
Com seu repertório eclético, que vai do Pop ao Rock sem nenhum preconceito, a banda já abriu grandes shows como: André Christovam, Evandro Mesquita, Blues Etílicos, Zé Geraldo e Kid Abelha.
Talvez seja pela variedade de estilos que entraram no “cocteaul” Índigo, é que eles tenham conseguido alçar o sucesso como banda de animação que eles têm atualmente, e pelas musicas da “Demo”, que vão do Reggae ao Pop; do Rock ao Ska, com certeza irão se estruturar com o repertório próprio em pouco tempo.
A fita, por enquanto não deu para fazer o CD, pode ser encontrada a venda em todos os eventos em que a banda estiver tocando, e contém sete musicas que com certeza logo estarão fazendo parte do primeiro CD da banda.
Zenrique (guitarra e voz), Cássio Vieira (baixo e voz), Guto Câmara (guitarra), Luciano Fonseca (teclados) e Fernando Ferraz (bateria); esta é a formação atual da banda, e a fita esta muito bem gravada, vale a pena conhecer, escutar e porque não comprar a fita dos rapazes.
Quem costuma ouvir o Programa Gramophone, já conhece as musicas “Menina marota” e “Amplidão” as quais toquei ainda em fase de mixagem, e que agora já com a gravação completa certamente entrarão na “Demo Session” do programa por mais vezes.

11 anos depois...:

O Cd ficou pronto pouco depois de a matéria ter sido publicada.
O programa de rádio já não existe há muito tempo!
A idéia de que iriam se firmar com um repertório próprio foi por águas abaixo, poucas vezes ( mesmo na época eu presenciei as músicas sendo executadas ao vivo...)
Hoje a banda faz apresentações esporádicas em eventos idem, a formação da mesma já mudou tantas vezes que não sei quem continua da formação original.
Quem gosta de Pop/rock/Mpb no melhor estilo "barzinho" pode baixar o Cd aqui:

001 / 98 - Joy Division


Texto Original:


Nesta segunda-feira dia 18 de maio faz exatamente 18 anos que Ian Curtis se suicidou aos 23 anos de idade, após ter assistido ao filme Stroszek de Werner Herzog. Em 1976 motivados pêlos shows do Sex Pistols, Bernard Summer e Peter Hook resolveram montar uma banda, Ian veio através de um anúncio classificado de jornal. Em maio de 1977 estreava o Warsaw (após pouquíssimo tempo como Stiff Kittens), uma banda punk em todos os sentidos onde não se reconhece o lirismo de Curtis cantando, com a entrada de Stephen Morris na bateria e a descoberta de uma banda chamada Warsaw Pakt (que teoricamente tem o mesmo significado) mudaram o nome da banda para Joy Division ( a ala destinada às prostitutas para a diversão dos oficiais nazistas no período Hitleriano).

Como Warsaw gravaram poucas coisas que aos poucos tem sido lançado em coletâneas como a Substance de 1988 lançado também aqui no Brasil e Warsaw lançada em 1995 na Inglaterra e que contava com a Demo do conjunto entre outras músicas. Gravam seu primeiro EP pela Enigma em Junho de 1978 (“Na ideal for living”) já como Joy Division, contratados pela Factory lançam “Unknown Pleasures” em junho de 1979, com desenho feito por Bernard na capa, após três compactos lançam o que seria considerado a obra-prima da década, “Closer” (gravado sob uma abóbada de gesso construída para proporcionar a ressonância de uma capela durante as gravações) que chegou o mercado Europeu em julho de 1980, quando Curtis já não estava entre nós. Posteriormente foi lançado mais um compacto ainda no ano de 1980, em outubro de 1981 chega ao mercado britânico “Still” álbum duplo que consiste em um disco de estúdio (com material até então inédito) e outro ao vivo gravado na universidade de Birmingham no dia 02 de maio de 1980, ou seja, dezesseis dias antes do suicídio de Ian.

Saíram ainda discos com gravações ao vivo no programa de rádio: The John Peel Show, e mais alguns compactos e coletâneas, e no ano passado fomos brindados pela caixa “Heart & Soul” que traz várias versões inéditas e gravações ao vivo da banda.

O que levou Curtis ao suicídio, a falência de seu casamento com Deborah? O peso da culpa pelo relacionamento com a Belga Annik Honoré, possível causa do fim de seu casamento? Ou a simples falta de motivação em continuar vivo convivendo com os constantes ataques epilépticos? Nenhum de nós tem estas respostas, só nos restou à magnitude do trabalho registrado por Ian durante seus poucos 23 anos vividos. A banda se recuperou rapidamente e mudou totalmente o estilo passando a tocar musica eletrônica sob o nome de New Order, mas isso já é outra estória.

11 anos depois... :

Coincidentemente ( ou não ) novamente a data caiu numa segunda-feira!

Vários relançamentos da banda foram editados no período, com destaque para as "Collector's editions" dos discos oficiais remasterizados e adicionados de gravações ao vivo ainda inéditas.
O texto original do Gramophone foi praticamente "chupado" da internet, o que mostra uma grande insegurança ao fazer a matéria...